Dourados – MS quinta, 18 de abril de 2024
20º
Dia a Dia

Cemitérios mais antigos de Dourados não têm controle de sepulturas

Com livros antigos e desatualizados, a administração dos cemitérios até hoje não foi informatizada para melhorar o controle da quantidade de sepulturas e corpos enterrados nos cemitérios Santo Antônio de Pádua e Bom Jesus

04 Nov 2020 - 13h25Por Marli Lange, Especial para O Progresso
Cemitérios mais antigos de Dourados  não têm controle de sepulturas - Crédito: Divulgação Crédito: Divulgação

Os cemitérios públicos  Santo Antônio de Pádua e Bom Jesus, são os mais antigos de Dourados e até hoje o setor administrativo, que inclui o controle de sepulturas e corpos enterrados, não ganhou um sistema de informatização.  Por causa disso, o setor administrativo não faz ideia de quantas sepulturas existem nos cemitérios públicos. A situação causa constrangimento, pois dificulta a localização de túmulos e pessoas enterradas. Normalmente quem tem parentes enterrados em um dos cemitérios, já faz a visitação normal sem precisar buscar a administração,  mas pessoas que desconhecem os cemitérios, que queiram localizar um túmulo, fica muito mais difícil. Principalmente os jazigos mais antigos.

O Cemitério Santo Antônio de Pádua, que fica de frente para a Rua Coronel Ponciano, segundo historiadores, foi inaugurado em 1969, mas de acordo com pioneiros, desde 1.912 existem sepultamentos no local. Com o passar do tempo, a área do cemitério lotou e foi criado ao lado, o Bom Jesus, que é de frente para a Rua Palmeiras.

O controle de sepultamentos era feito em livros e mesmo com o advento da informatização e da internet, em Dourados, na década de 90, os cemitérios não receberam um tratamento adequado.  

Com o passar do tempo o controle antigo foi se perdendo, se deteriorando, passando por diversas administrações municipais sem que nenhuma delas teve um interesse em resolver a situação. Hoje o município não tem como precisar a quantidade exata de sepulturas. Tem apenas uma vaga ideia através dos livros antigos.

O diretor dos cemitérios, Ronie Romero, disse a reportagem do O Progresso, que não sabe precisar a quantidade de jazigos existentes nos cemitérios. Para isso teria que contar um por um, já que não existe um controle preciso. O controle que tinha foi “bagunçado” na administração anterior, segundo ele.

Ronie informou que a prefeitura começou a digitalizar o controle dos livros antigos.  “Agora que a gente está começando a digitalizar os livros, que ficaram bagunçados da administração anterior”, afirmou.

Um grupo de estudo fez um levantamento, de que na área de aproximadamente 10 hectares estariam enterrados entre 37 mil e 40 mil pessoas. Normalmente é essa a informação que é repassada para o público em geral e imprensa. Em Dia de Finados, esse é o número de visitantes esperado pelas autoridades municipais nos dois cemitérios.

Superlotado

Mesmo não tendo um controle, a prefeitura afirma que os cemitérios estão superlotados, e que não há espaço para novas sepulturas, ou seja, quem quiser comprar um espaço para construir um jazigo, já não há como. É permitido apenas sepultamentos em jazigos que já existem.    

Com a chegada da Pandemia do Coronavírus, a prefeitura anunciou que pretendia exumar ossadas de corpos que foram sepultados há mais de cinco anos nas covas sociais dos cemitérios públicos municipais  Santo Antônio de Pádua e Bom Jesus. O objetivo seria disponibilizar espaço para o sepultamento das vítimas do novo coronavírus (Covid-19). Na ocasião, a prefeitura informou que havia pelo menos 100 sepulturas para desocupação.

Segundo o diretor dos cemitérios, o Ministério Público Estadual barrou o projeto. 

Superlotação e abandono

A superlotação e abandono é um problema crônico dos cemitérios públicos de Dourados. Tirando a falta de manutenção e roçadas do mato na maior parte do ano, de responsabilidade da prefeitura, um dos maiores problemas, é o abandono das sepulturas por parte de familiares, muitas estão em ruínas, completamente deterioradas.

A Lei 1.067 de 28 de dezembro de 1979, regulamentada em 1984, permite a exumação das ossadas dos túmulos que estão em ruínas e abandonados. Pelo menos 90% desta situação se encontra no cemitério Santo Antônio de Pádua, o mais antigo da cidade e onde está boa parte das famílias pioneiras.

Amparada nesta lei, a prefeitura começou em 2002 um trabalho de exumação a fim de abrir novas vagas. Em 2003, a administração da época retirou 1.400 ossadas de corpos sepultados entre 1990 a 1997 e que cujas covas estavam irregulares. Desde essa época, os cemitérios, já sofrem a superlotação.

Deixe seu Comentário

Leia Também

Titular da SAD debate inovação na gestão pública na 128ª edição de fórum nacional da Consad
Gestão Pública

Titular da SAD debate inovação na gestão pública na 128ª edição de fórum nacional da Consad

há 48 minutos atrás
Titular da SAD debate inovação na gestão pública na 128ª edição de fórum nacional da Consad
Prefeitura e Governo devem assinar acordo para recapeamento de ruas no Água Boa e BNH 4º Plano
Dourados

Prefeitura e Governo devem assinar acordo para recapeamento de ruas no Água Boa e BNH 4º Plano

18/04/2024 18:00
Prefeitura e Governo devem assinar acordo para recapeamento de ruas no Água Boa e BNH 4º Plano
Mega-Sena sorteia nesta quinta-feira prêmio acumulado em R$ 72 milhões
Loteria

Mega-Sena sorteia nesta quinta-feira prêmio acumulado em R$ 72 milhões

18/04/2024 11:15
Mega-Sena sorteia nesta quinta-feira prêmio acumulado em R$ 72 milhões
O controverso papel dos jesuítas na América
Artigo

O controverso papel dos jesuítas na América

18/04/2024 10:15
O controverso papel dos jesuítas na América
Aposta de MS acerta 19 números e leva R$ 34 mil na Lotomania
Cotidiano

Aposta de MS acerta 19 números e leva R$ 34 mil na Lotomania

18/04/2024 09:00
Aposta de MS acerta 19 números e leva R$ 34 mil na Lotomania
Últimas Notícias