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Editorial

Busca pela adoção

01 Jul 2022 - 14h42
Busca pela adoção
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Apesar do número de pretendentes habilitados para adoção ser oito vezes maior que o número de crianças cadastradas no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), a maioria das crianças continua sem uma família. Isso ocorre por várias razões, entre elas o preconceito sobre o tema, a lentidão do processo jurídico e também porque a maioria dos pretendentes preferem bebês e crianças na Primeira Infância (até os 7 anos). Mas a maior parte dos que estão disponíveis para adoção têm acima de oito anos, possuem deficiências físicas ou mentais, são grupos de irmãos, e por aí vai.

É nessa realidade que se faz necessária a busca ativa, um trabalho que visa justamente conectar crianças com famílias que estão dispostas a adotar um filho com esse perfil. Autorizada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente  (ECA), a busca ativa é realizada de forma voluntária e sem remuneração. 

Em Mato Grosso do Sul 88 crianças e adolescentes estão aptas à adoção, mas sem encontrar pretendentes nacionais ou internacionais correspondentes no SNA. Por causa disso, a busca ativa procura famílias para as crianças e não o contrário – e exclusivamente para quem está habilitado no SNA e em situação regular.

Há muitos mitos e insegurança por parte dos pretendentes à adoção de crianças a partir de 7 anos, principalmente no que se refere à história de vida dela até aquele momento, tanto do ponto de vista físico quanto emocional: histórico de saúde, vivências anteriores, fatores psicológicos.

Por outro lado, por parte da criança há o medo do desconhecido e a insegurança em relação à nova vida, com destaque para o receio de uma nova rejeição. A prática comprova que esses desafios são bem menores e a adaptação da criança é muito mais rápida e tranquila se antes da adoção houver um período de acolhimento familiar e se, principalmente, esta foi a única forma de acolhimento.

Na chamada adoção tardia estes ajustes são evidentes, tanto por parte dos adotantes quanto dos adotados. É necessário lembrar que o adotante é o adulto da relação e deverá fornecer o suporte para a criança sentir-se amada e acolhida, sobretudo nestas fases iniciais.

Paciência, dedicação, amor, informação e a certeza de que um vínculo seguro e permanente fará toda a diferença na construção desse relacionamento. Esse é o caminho para superar os desafios e assegurar uma vida saudável e feliz, tanto para a criança adotada quanto para a família que adotou.

Importante considerar que antes de entrar para esse tipo de programa, o pretendente habilitado precisa estar consciente de sua escolha. Adoções tardias (ou de crianças maiores), adoções especiais e de grupos de irmãos exigem muita dedicação e com certeza preparo específico e atitude adotiva.

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