
Há mais de um século, a primeira edição do Jornal O PROGRESSO, em 22 de fevereiro de 1920 em Ponta Porã, trazia no editorial “O Nosso Appa-recimento”, que tinha o objetivo de explicar a missão do jornal, que é a de defender os interesses coletivos, de forma imparcial e respeitosa com o leitor.
Ainda na direção de Militão Viriato Batista e Humberto Coutinho como redator, o número 1, é criado com a expectativa de concentrar suas forças para ajudar no engrandecimento da região. “Surge armado cavaleiro para lutar pelos interesses deste município, empenhando-se com denodo pelo seu engrandecimento, se a tanto não nos faltar o alento. E surge encorajado, confiando no auxílio deste povo generoso e trabalhador que, numa romagem piedosa e bendita de longe vindo, aqui fez seu lar, cultivando a terra rica de seiva”, diz trecho do editorial.
Sem Ideais Partidários Outro trecho cita sobre a missão do O PROGRESSO impresso, até então semanário. “Abordando particularmente os assuntos que dizem respeito a essa porção de Mato Grosso, promettemos fazê-lo com a moderação e com a cortesia que se combinam com a boa educação, banindo as asperezas da linguagem mesmo quando houver responsabilidade da autoria, assim levando em toda a conta o respeito que nos merecem os nossos concidadãos. Desviando de ideais partidários, esse semanário defenderá os interesses do povo prestigiando sempre as autoridades constituídas, levando a sua pequenina, porém colaboração ao governo do Estado”, diz outro trecho.
O que foi notícia O número 1 de O PROGRESSO traz a notícia sobre a nova Comarca de Porto Murtinho, os 32 novos jurados da Comarca de Ponta Porã, editais de datas de audiência, notas de falecimento de pessoas conhecidas na sociedade e notícia sobre Carnaval na Avenida Internacional, que relatou muita animação, pompa e fantasias luxuosas.
“Às 16 horas de domingo começaram a aparecer na Avenida Internacional os primeiros carros automóveis, galhardamente enfeitados, conduzindo grupos fantasiados, onde se destacavam cavalheiros, senhoras e senhoritas da melhor sociedade brasileira e paraguaya”, registra.
Nacional Os anos 1920 marcaram uma série de transformações culturais, políticas e sociais no Brasil. No campo da cultura, o rádio e os movimentos artísticos, 1920: Onde tudo começou O PROGRESSO 18 Dourados, 21/22.4.2021 ESPECIAL O PROGRESSO entra no ano 71 de criação em Dourados, mas tem 101 anos de história em MS como a Semana de Arte Moderna de 1922, vieram a proporcionar uma visão crítica do Brasil que começava a se modernizar.
Na política, movimentos armados causaram sérios danos à hegemonia política da aristocracia rural. A década de 1920 foi um período de grande ruptura na estrutura social brasileira. Em inúmeras cidades do país, era possível perceber o crescimento populacional e a formação de novos grupos sociais. Entre eles, uma crescente classe média foi surgindo, fortalecida pela implantação de redes de indústrias e serviços formada por militares, funcionários públicos, profissionais liberais, pequenos comerciantes, empregados bem-sucedidos de indústrias, dentre outros.
O descontentamento da população era notável. Tanto a classe média quanto os operários enfrentavam dificuldades com a política econômica desenvolvida pelas oligarquias agrárias, que gerava inflação, carestia, problemas de moradia. O único meio possível de mudança, o voto, era inviável diante das constantes práticas de corrupção e fraudes eleitorais. Além de manter a mesma estrutura de poder, esse sistema mostrava a reduzida importância política da maior parte da sociedade brasileira.
A insatisfação contra a hegemonia política da aristocracia rural no Brasil não se manifestou apenas na arte. Houve movimentos armados e revoltas de militares de baixa patente, conhecidos como Movimento Tenentista. Nessa época, os militares tornaram-se os principais representantes da revolta dos brasileiros com o cenário político e também os principais agentes transformadores.
Dentre outros aspectos, a pauta de luta do movimento incluía itens como a moralização da administração pública; mudanças no sistema eleitoral, o fim das fraudes eleitorais e a instituição do voto secreto; e, sobretudo, o fim do regime oligárquico sustentado pelas elites agrárias. Em 1922, o ex-presidente, Marechal Hermes da Fonseca, um dos principais líderes militares do país, foi preso sob as acusações de fraude eleitoral e de desempenhar ferrenha oposição ao presidente eleito em março do mesmo ano, Arthur Bernardes.
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