“E Pedro e João subiam juntos ao templo à hora da oração, a nona. E era trazido um homem que desde o ventre de sua mãe era coxo, o qual todos os dias punham à porta do templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam. O qual, vendo a Pedro e a João que iam entrando no templo, pediu que lhe dessem uma esmola. E Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse: Olha para nós. E olhou para eles, esperando receber deles alguma coisa. E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda. E, tomando-o pela mão direita, o levantou, e logo os seus pés e artelhos se firmaram. E, saltando ele, pôs-se em pé, e andou, e entrou com eles no templo, andando, e saltando, e louvando a Deus. ”
(Atos 3:1-8)
Nossa geração cada vez mais se mostra carente de referencial, quando observamos o cenário de uma sociedade marcada por uma pluralidade de crises, bem como um povo desnorteado por uma cultura ausente de verdadeiros modelos. Para muitos, a luta por justiça tornou-se sinônimo de baderna; a mentira, um meio de sobrevivência; a ostentação, uma excelência; a promiscuidade, como única fonte de satisfação pessoal e, com a exclusiva finalidade de receber aprovação alheia, baseiam-se na filosofia que diz: “O mundo é dos espertos”, forma que provavelmente pensava o famoso Judas Iscariotes.
Em meio a uma geração caracterizada pela idolatria ao ego e alienada de Deus, muito mais que conceitos, as pessoas necessitam de exemplos. É fácil ser cristão e se esquivar dessa responsabilidade simplesmente dizendo: “Olhem para Jesus, não olhem para nós”, o que já ouvi infinitas vezes. Frase agradável que liberta aquele que professa sua fé em Cristo do compromisso de ser o espelho de muitos, ou como costumo dizer, de ser a única bíblia que muitos estarão lendo todos os dias.
Engana-se aquele que pensa não haver no mundo, uma expectativa de encontrar no cristão um referencial de modelo a ser seguido e imitado. Aqueles que estão em trevas anseiam por luz, e diante da atual geração corrompida e depravada, a Bíblia afirma que seus filhos têm a missão de apresentarem-se, puros, irrepreensíveis, inculpáveis, brilhando como estrelas do universo (Filipenses. 2:15).
Embora a Bíblia seja o livro mais vendido no mundo, contabiliza-se um número ínfimo de pessoas que são de fato verdadeiros leitores, sendo assim, precisamos ser de fato a Bíblia que muitos estarão lendo todos os dias. Disse D. L. Moody: “De cem homens, um lerá a Bíblia; noventa e nove lerá o cristão”. Não é por acaso que somos considerados por Deus cartas vivas, conhecidas e lidas por todos os homens (2ª Coríntios 3:2).
Ser exemplo, não diz respeito à infalibilidade do proceder, mas de nosso próprio sistema de valores, convicções, prioridades e reações, mesmo diante dos próprios deslizes. Aquele que acredita que o exemplo é sinônimo de perfeição, distancia-se daquilo que é palpável e vive uma utopia. Ao analisarmos os personagens bíblicos, somos confortados ao evidenciar que estes, foram pessoas limitadas, imperfeitas e passiveis de erros, contudo fizeram a diferença no mundo e marcaram a geração de sua época.
Assim como aquele homem coxo, o qual fora curado por Deus por meio de Pedro e João, a sociedade está doente e precisa olhar para nós cristãos e perceber a essência mais do que tagarelice, amor mais que julgamento, poder do Espírito ao invés de palavras persuasivas. Somente desta forma, aqueles contaminados pela doença do mundanismo serão curados, saltarão e louvarão a Deus.