Em 2º Crônicas 2:1, a Bíblia se refere a um jovem rei que serviu ao Senhor: “Amazias tinha vinte e cinco anos de idade quando começou a reinar, e reinou vinte e nove anos em Jerusalém [...]. Ele fez o que o Senhor aprova, mas não de todo o coração”.
Imagine a vida de Amazias. Alguém que conhecia Deus e suas leis, e que por 29 anos serviu ao Senhor, porém, sem inteireza de coração. Seria triste chegarmos ao fim de nossas vidas e sermos apontados como pessoas que serviram, amaram e buscaram a Deus, mas não de todo coração.
Tratando especificamente do reino de Deus, muitas vezes, a realidade não é diferente: vestimos a capa de servos e cumprimos nossas obrigações, contudo, com motivação equivocada. Servimos, porque somos programados, requisitados ou, até mesmo, buscando reconhecimento. Assim, perdemos a espontaneidade, e o simples servir acaba se tornando um fardo.
Uma vez que somos considerados servos de Deus, é indispensável que o ato de servir esteja inserido em nosso cotidiano. No entanto, o que determinará o fruto do nosso serviço será a disposição com a qual estamos. Da mesma maneira, a fim de obtermos sustento para a vida, devemos trabalhar, contudo, jamais seremos bem-sucedidos se a paixão não estiver arraigada naquilo que fazemos. Sobre isso, existe o famoso conselho que diz: “Descubra alguma coisa que goste tanto de fazer que seja capaz de fazer de graça; em seguida, aprenda a fazer aquilo tão bem que as pessoas fiquem felizes em remunerar você”. O próprio Thomas Edison, certa vez, afirmou: “Nunca trabalhei um dia sequer em minha vida. Tudo sempre foi muito divertido”.
Sem paixão, a vida se torna monótona. Já quando ela é presente, grandes são as chances de alcançarmos o máximo do nosso potencial. A vida do apóstolo Paulo nos inspira, pois foi alguém que viveu com intensidade em tudo o que fez. Antes de seu encontro com Cristo, já se destacava por seu zelo farisaico; quando se converteu ao Senhor, passou a servi-lo de todo o coração, pregando o evangelho de seu Filho (Romanos 1:9). Por esta razão que este tem autoridade para nos encorajar a uma disposição semelhante, dizendo: “Tudo o que fizerem, façam de todo o coração” (Colossenses 3:23).
O homem mais sábio, Salomão, que já existiu nos orientou, em Provérbios 3.5a, dizendo: “Confia no SENHOR de todo o teu coração”, “Declarou, também: "Apegue-se às minhas palavras de todo o coração” (Provérbios 4:4). O homem segundo o coração de Deus, rei Davi, afirmou: “Louvar-te-ei, Senhor Deus meu, com todo o meu coração” (Salmos 86:12a). Quando Jesus foi questionado a respeito de qual seria o principal mandamento, disse: “Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento” (Mateus 22:37). Por fim, o próprio Deus proferiu: “E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração” (Jeremias 29:13).
É tempo de refletirmos a respeito da disposição do nosso coração diante de tudo o que fazemos, para que não cheguemos ao final da jornada e nos deparemos com a notícia de que não atuamos nos cenários do espetáculo da vida com inteireza de coração, pois, conforme 1ª Coríntios 13:2-3, “Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará”.