
A resposta foi incisiva. “A Funai é imperialista. Não nos deixa entrar na Reserva. Já encaminhamos dois ou três requerimentos nos propondo a por policiamento na reserva indígena, mas nunca tivemos autorização”, enfatizou André Puccinelli. Em outro momento, durante discurso, o governador disse que a Funai “tem recursos para a melhoria da segurança nas aldeias, não permite que se faça e não faz. A Funai não nos respeita”, acrescenta.
André também enfatizou que a Funai deveria defender os índios e não tutelá-los. “Deveriam ter vergonha na cara”, destacou.
Falou sobre problemas de infra-estrutura como cascalhamentos e reserva de mercado entre os jovens indígenas. “O governo do Estado é impedido de tentar resolver estes problemas por não poder entrar na Reserva”, disse.
O governador também falou sobre feitos do Estado para a comunidade indígena como a entrega recente de casas, cestas alimentares e ampliação do vale Universidade de 100 para 120 vagas.
O deputado Geraldo Resende, autor de emendas que garantiram recursos para a construção da Vila Olímpica, também foi questionado sobre a segurança no local a partir da entrega da obra. Respondeu que, como parlamentar, havia cumprido a missão de garantir a obra que, segundo ele, tem grande importância para a comunidade pela sua simbologia. Disse que o momento era de alegria e que a questão segurança deve ser discutida pelos órgão competentes.
Em discurso Geraldo disse que tem um “coração indígena”. Lembrou que o projeto foi desenvolvido graças a parceria com o deputado federal Fernando Gabeira e prefeitura de Dourados, em 2005, na gestão do então prefeito Laerte Tetila, hoje deputado Estadual. Na época, segundo ele, o projeto trouxe esperança para os indígenas que estavam convivendo com a desnutrição. Disse que fica feliz quando vê que crianças que antes estavam doentes hoje já cresceram e estão bem com suas famílias.
O prefeito Murilo Zauith, em discurso, incentivou os indígenas a mudar a própria história. Disse que eles deveriam gerir a aldeia e que tinham de evitar cada vez mais a interferência do branco.
FUNAI
A coordenadora da Funai em Dourados, Maria Aparecida Mendes de Oliveira, rebateu as declarações do governador André Puccinelli em relação a segurança pública.
Negou que a Funai não autoriza a entrada do governo do Estado na aldeia e disse que as declarações eram mentirosas e não passavam de justificativas para retirar a responsabilidade do estado na Reserva. “É muito fácil vir aqui e destruir a Funai, fazer daqui um palanque político, mas a comunidade sabe que quem executa e quem está diariamente trabalhando com a comunidade é a Funai”, disse.
Informou ainda que existe um convênio entre Funai e Estado que garantirá, via Pronasci, a retomada do policiamento na reserva. Uma reunião de conciliação está prevista para o dia 16 de maio, com a presença de autoridades do Ministério Público Federal.
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