
O ano de fundação do jornal O PROGRESS0, em 1951, coincidiu com o período em que a Colônia Agrícola Municipal de Dourados (CMD) entregava terras e fiscalizava aqueles que, de posse, se propunham, ou não, a cultivar. O processo de implantação da CMD ocorreu em 1946, mas houve muitos atrasos na destinação dos lotes da Colônia, destinados à fixação de agricultores nacionais e estrangeiros, para formar um centro permanente de produção agrícola, num regime de pequena propriedade.
A primeira página deste matutino, da edição de 12 de agosto de 1951, trazia a seguinte chamada: “Serão Expulsos do Lote os Colonos que Não Produzirem”. Ao jornal, o entrevistado Lloyd Ubatuba, um dos administradores da Colônia, disse que seria intenção promover a retirada daqueles que não produziam, a fim de que os lotes pudessem ser entregues a outros que melhor o aproveitassem.
Neste mesmo ano o jornal passou a divulgar editais da Colônia Agrícola Nacional, com o nome dos relacionados a receber os lotes. A lista era composta somente por homens. O Sul do antigo Estado de Mato Grosso, tanto na historiografia regional como nas obras de memorialistas, era visto como polo de sedução e conservação de migrantes através de colonização e povoamento. Entre 1940 e 1950 a cidade de Dourados saltou de 14 mil habitantes para pouco mais de 22 mil.
Já em 1960 atingiu 84 mil habitantes, maior crescimento populacional ao longo de todas as décadas do município. Isso mostra que, em um período de duas décadas, as correntes migratórias determinaram o aumento rápido da população. Esses fluxos migratórios se manifestaram de forma predominante em direção à área rural.
Constata-se com isso que as terras devolutas existentes na região, e os projetos de colonização desenvolvidos pelos governos federal, estaduais e municipais, serviam de iscas para atraírem esses migrantes. Entre esses projetos de colonização está o da CMD, que recebeu um significativo contingente, como os títulos de aforamento e a listagem já mencionada, indicando os colonos que já haviam se instalado na área (listagem na qual constava o nome dos colonos, de suas esposas, a ida- -de, número de filhos, a nacionalidade, a opção religiosa, a origem do colono, grau de escolaridade e a data em que em que se estabeleceram na área onde se desenvolveria o processo de colonização da CMD).
Naquela época, as solicitações de concessões deveriam ser feitas através de requerimentos, dirigidos ao prefeito municipal, que os despacharia mandando afixar editais pelo prazo de 30 dias, conforme trazia nas páginas de O PROGRESSO. De posse dos lotes os colonos tinham um prazo de seis meses, a contar da data da expedição do título, para darem início às suas atividades agrícolas, caso contrário os títulos seriam cancelados.
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