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Cultura

Orquestra da UFGD democratiza o acesso à música

Com sete anos de atividade, projeto mantém atividades remotas durante a pandemia

20 Dez 2020 - 10h00Por Gracindo Ramos
Orquestra da UFGD democratiza o acesso à música - Crédito: Divulgação Crédito: Divulgação

Assim como grande parte do setor cultural, a Orquestra da UFGD precisou se adaptar e se reinventar durante a pandemia para manutenção do projeto e do vínculo com seus integrantes. “Tivemos que repensar em como manter nossas atividades no modelo remoto. Criamos uma sala virtual para compartilhar materiais e gravações de músicas. Nos propusemos a realizar algumas gravações de peças do nosso repertório e criar vídeos para nosso canal no Youtube”, contou ao O PROGRESSO, a regente coordenadora Thais Fernandes Costa.

O grupo musical também experimentou novas possibilidades como a gravação remota com o grupo vocal seresteiros do HU da música Paciência de Lenine (Veja: https://youtu.be/x4lwuHbf9UE). “Por conta da pandemia, todas as nossas atividades presenciais estão suspensas, sendo realizadas apenas ações remotas. Apesar de não haver o encontro presencial, proporcionou uma aproximação de todos no grupo para que se mantivesse, da melhor forma possível, as atividades da orquestra”, analisa Thais.

Ela conta que alguns do grupo conseguiram participar remotamente com frequência, enviando vídeos de estudos e partes musicais. “Já outros participantes não puderam estar com frequência nas atividades, seja pela falta de equipamentos, memória para gravação ou até mesmo internet que possibilite envio de vídeos com alta resolução. Além de participantes que foram acometidos pela Covid-19”, relata. E complementa: - “É importante salientar que é uma doença que pode comprometer as capacidades pulmonares e para instrumentistas de instrumentos de sopros, como trompete, saxofone ou trombone, isso pode inclusive comprometer sua participação e continuidade nas atividades, mesmo que já se tenha passado o período de manifestação da doença”.

Para a regente, o cenário musical da região ainda carece de profissionais e grupos atuantes em práticas orquestrais, principalmente, em instrumentos de cordas friccionadas e madeiras. “A proposta é de incentivar o desenvolvimento das atividades de formação e estudo da música instrumental para crianças, jovens e adultos da região, ampliando, democratizando e fortalecendo as ações socioculturais as expressões artísticas desenvolvidas e realizadas na região, proporcionando à população o conhecer, o ouvir, o ver uma orquestra, que até então ainda era algo pouco incentivado”, reitera Costa.

No próximo ano a orquestra deve retornar em fevereiro com as atividades remotas. A coordenadora disse que vai aguardar as orientações da OMS e instruções da UFGD. “Esperamos que em breve possamos retornar nossas atividades presenciais, fazendo música junto com todos e todas e realizando apresentações para nossa comunidade”, desejou. A coordenadoria de cultura também avalia a possibilidade de capitar recursos para a orquestra de impostos de empresas e pessoas físicas via Lei de Incentivo à Cultura, por meio de doação ou patrocínio de impostos. “Pretendemos com essa ampliação de captação de recursos proporcionar o crescimento do projeto e das oficinais de música para outros bairros de Dourados e municípios da Grande Dourados”, planeja Thais.

O projeto

A orquestra é mantida pela UFGD e já realizou parcerias com a Prefeitura de Dourados para concertos no Teatro Municipal, outras prefeituras da região e a Casa de Cultura da UEMS. Os instrumentos musicais foram adquiridos pela universidade. “A manutenção do projeto é algo desafiador, pois há um custo elevado tanto na aquisição de instrumentos, bem como na sua manutenção”, afirma a coordenadora do projeto. Além dos ensaios, a orquestra realiza apresentações, oficinas de formação musical, workshops e masterclass avançados, que acontecem no decorrer do Festival Douradense de Música com profissionais renomados da área atuantes no Brasil e no exterior.

A Orquestra UFGD é comunitária e tem sete anos de atividade. Cerca de 200 músicos de Dourados e região já passaram pelo projeto, que oferece oficinas musicais para todas as idades. Hoje, a orquestra conta com 60 participantes. Qualquer pessoa iniciante em algum instrumento musical e leitura de partitura pode integrar o grupo. A universidade realiza seleção por edital público com auxílio músico (hoje são 30 benefícios disponíveis) e também chamada pública de participação que acontece no início do ano. “Cabe ressaltar que esse programa de auxílio músico é um marco. Até o momento não encontramos nenhuma outra universidade federal que contemple um edital como o nosso, onde pessoas da comunidade externa possa concorrer. O que nos faz servir como modelo para as universidades que queiram implantar proposta similares à nossa”, disse a musicista.

Thais Costa explica que, “por ser uma orquestra comunitária, nosso grupo não possui uma formação tradicional de orquestra sinfônica tendo em seu corpo artístico tanto músicos de instrumentos sinfônicos (violino, flauta transversal, trompete, clarinete) como músicos de instrumentos populares que são pouco usuais em Orquestra (guitarra, baixo elétrico, bateria e saxofone)”. O repertório é composto desde músicas clássicas até músicas populares, regionais, pop e temas de filmes. “Nosso repertório é sempre pensando em trazer um diálogo entre orquestra e comunidade para que as pessoas que vão nos assistir reconheçam músicas que já escutaram em rádio ou filmes e, também, conheçam novas músicas que nunca haviam escutado antes e que tem no momento da apresentação da orquestra essa experiência”, diz a regente. O repertório voltado aos músicos do projeto é pensado como um processo educativo e de aprendizagem, proporcionando novas experiências estéticas em suas práticas instrumentais, tocando gêneros e estilos que ainda não haviam tido contato em sua formação musical, possibilitando acesso democrático musical aos músicos e ao público apreciador.

 

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