Dia do Orgulho Gay é celebrado dia 25 de março - Crédito: Divulgação“Você é viadinho”, “parece uma mocinha”. Essas foram algumas frases, das inúmeras que o comunicador Franklin Schmalz, hoje com 26 anos, cansou de escutar na infância. Ao O PROGRESSO ele relatou os traumas sofridos e como os superou. Essa semana a pauta ganha ainda mais relevância com o 25 de março, Dia Nacional do Orgulho Gay.
O trauma começou na infância. Franklin conta que sempre foi apontado pelos colegas de escola pelo jeito de falar, pelo comportamento e por liderar e organizar eventos, como peças de teatro. No entanto, apesar de se sentir incomodado, Franklin não entendia, e adotou como ‘fuga’, um comportamento impositivo, de ser firme com o que acredita, nas suas opiniões.
“Só com 18 anos, quando tive meu primeiro relacionamento com outro rapaz, eu entendi quem de fato eu era, e isso foi libertador, pois consegui compreender toda minha história até aquele momento. Considero que no meu caso foi um pouco tardio essa descoberta, mas por outro lado, dizem que cada um possui seu tempo”, contou.
Outro desafio enfrentado por ele foi o de aceitar que amar alguém do mesmo sexo não é errado ou pecado, porém algo natural. “Quando compreendemos o que somos, vamos entendendo que isso não é algo errado, a vergonha que temos de nós mesmos vai, aos poucos, acabando”, ressaltou Franklin. E ele tem orgulho de ser quem é, sobretudo de ter tido tempo de contar para a mãe dele, em 2014. Houve o período de aceitação não apenas da parte dela, mas dos irmãos que na época eram pequenos.
“Eu contei para a minha mãe em 2014, não foi fácil. Ela levou um tempo para entender que eu continuei sendo filho dela, que nada mudaria isso, mas também entendo que ela tinha medo da violência, pois sabemos que infelizmente isso ainda é real. Me sinto muito feliz por sem quem sou hoje, e principalmente porque contei para a minha mãe, a mulher que sempre esteve ao meu lado”, destacou o rapaz. Na avaliação de Franklin ainda há muito a se fazer pela luta LGBTQ+. “Conquistamos muitas coisas, mas a luta não pode parar. Meus irmãos sempre me defenderam quando surgia alguma conversa desnecessária na família, e nunca pedi para que fizessem isso, porém vendo essa atitude, percebo que é uma geração mais aberta, diferente, inclusive mais evoluída do que a minha geração”, concluiu.
“Só com 18 anos, quando tive meu primeiro relacionamento com outro rapaz, eu entendi quem de fato eu era, e isso foi libertador, pois consegui compreender toda minha história até aquele momento" - Franklin Schmalz (Comunicador)
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