
A pandemia do coronavírus tem causado inúmeras consequências sociais e econômicas. No Brasil, a discussão atual é a falta do kit intubação, que são medicamentos como analgésicos, sedativos e bloqueadores neuromusculares.
No limite. Essa tem sido a expressão utilizada na última semana por prefeituras e estados diante da ausência de medicamentos necessários. Enfermeiros têm de racionar os remédios entre os internados na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Com cada vez menos sedativos no corpo, alguns pacientes começam a despertar durante a intubação.
O kit é de fundamental importância no tratamento. Utiliza-se uma medicação de cada categoria, administrada uma após a outra. Como a ação dessas drogas é de início quase imediato e de curta duração, recorre-se ao protocolo de intubação em sequência rápida, tão logo a necessidade é identificada ou o mais brevemente possível. Os pacientes mais graves precisam desses e de outros medicamentos em doses usuais, em sua maioria, por dias ou semanas.
O alto consumo de medicamentos tem provocado mudanças de protocolos, uma vez que se impõe a necessidade de se recorrer a outras drogas. Isso vem ocorrendo desde o ano passado, embora o problema tenha gerado preocupação e comoção fora do universo hospitalar apenas mais recentemente.
Mato Grosso do Sul está prestes a faltar medicamentos do kit. Por conta disso, o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) enviaram ao ministro da Saúde, ofício no qual informam a situação de perigo iminente de desabastecimento dos medicamentos que compõem o kit intubação nas unidades de saúde do estado. Pedem ainda que o ministro informe quais providências estão sendo tomadas para reverter o quadro, esclarecendo se há perspectiva de aquisição direta dos medicamentos.
A situação não está fácil. Falta gestão do Ministério da Saúde para que realmente faça o seu papel de coordenar e encontrar solução para o enfrentamento da pandemia no País. A indústria nacional já informou que está no limite de sua capacidade de produção de medicamentos usados no processo de intubação.
Enquanto isso, o que o governo federal tem feito é o de adotar medidas de contenção de uso dos medicamentos, criando requisição administrativa para fazer o pedido dos produtos na indústria. Em tese, essa medida faz com que o Ministério da Saúde controle a saída dos remédios, prejudicando, por exemplo, o abastecimento de hospitais particulares, que também estão com as UTIs lotadas com pacientes com Covid-19.
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