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Fechamento de parques e abandono revolta moradores

Àreas de lazer, fechadas desde o início da pandemia, são tomadas pelo mato e viram esconderijos de usuários de drogas

22 Out 2020 - 08h03Por da Redação
Fechamento de parques e abandono revolta moradores - Crédito: Divulgação Crédito: Divulgação

Fechado desde quando começou a pandemia do Coronavírus em Dourados, em março deste ano, o Parque Rego D’água, é alvo de severas reclamações dos moradores que vivem nos arredores. Ocorre que depois do fechamento, o parque foi relegado ao completo descaso e abandono. Só não está pior porque ainda existe uma equipe da Guarda Municipal instalada no local, mas a informação de que o contrato com a terceirizada responsável pela limpeza urbana venceu e a processo licitatório foi barrado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) preocupa.     

Os portões estão lacrados para visitantes, mas é visível o mato que toma conta das quadras, calçadas e ao redor de todo o parque, tomando parte dos alambrados. Até o calçadão, que serve como pista de caminhada no lado de fora do parque está tomada pelo mato. São poucos os moradores da região ou visitantes que se arriscam a fazer caminhada ainda no local por medo de marginais e animais peçonhentos, que podem se esconder no mato. Em alguns pontos, o alambrado que contorna o parque foi rompido, servindo para entrada de invasores nada amigáveis aos olhos da população e que aproveitam para fazer suas “atividades”, à noite e até durante o dia. Os moradores da região estão assustados, principalmente àqueles que residem ao lado do parque. Os moradores que deram entrevistas ao O PROGRESSO, preferiram não se identificar por medo de sofrerem represálias.

Apesar de existir um posto da Guarda Municipal dentro do parque, eles dizem que os traficantes e usuários de drogas não se intimidam. Até durante o dia  entram no parque para fazer uso de drogas ou venderem seus “produtos”, segundo um morador.

“Eles ‘trabalham’  à noite toda sem serem incomodados pelas autoridades, que dificilmente passam por aqui”, diz uma moradora. Ela conta que já teve a casa arrombada pelos marginais durante o dia e agora está com muito medo de continuar morando no lugar.

Pandemia do descaso

Segundo ela, a situação começou depois que a prefeitura fechou o parque por causa da pandemia. Moradora a bastante tempo no local, ela diz “que os marginais sempre estiveram por perto, mas agora com o parque fechado e abandonado,  a situação piorou muito, nos causando pânico.”    

“O problema se arrasta a outros parques da cidade, que estão fechados desde o início da pandemia, mas certamente o Parque Rego D’água é apenas um exemplo de que acontece na cidade.  Um parque maravilhoso, que deveria servir para ser ‘cartão postal’, praticamente no centro da cidade, encontra-se nesta situação lastimável, abandonado pelo poder público”, diz outro morador.

“É um ótimo local se fosse cuidado. As pessoas por não terem outra opção, costumavam frequentar esse  parque. É um local agradável, com lago, área verde,  quadras, local de abrigo, porém o poder público não cuida, não faz nada. Neste feriadão (11 e 12 de outubro), Dia das Crianças, as pessoas não tinham para onde ir, as crianças não tinham onde brincar, apenas os marginais ‘usaram’ o parque à vontade e ninguém faz nada”, disse outro morador revoltado.

“Quase ninguém mais caminha nesse parque porque tem medo dos bandidos, que podem se esconder no mato e assaltar alguém em plena luz do dia”, diz uma mulher.

Sem sentido

Para o médico Jorge Luiz Baldasso, não faz sentido nenhum a prefeitura permanecer com os parques fechados, já que as pessoas andam quase que normalmente pela cidade, apesar da pandemia. As academias, bares, restaurantes, Shopping Center, lojas,  e outros locais estão abertos, e que são considerados mais propensos a transmitir o vírus do Covid-19. Para ele a possibilidade de se contrair uma contaminação do coronavírus nos parques, ao ar livre, é bastante reduzida, quase nula. Para o médico, desde que as pessoas mantenham um distanciamento social nas atividades físicas, o risco de contrair a doença durante a prática de atividades ao ar livre é muito baixo. “Desde que não tenha aglomerações, respeitando o distanciamento social, os parques não aumentam as chances de infecção pelo coronavírus, já que as evidências epidemiológicas apontam que a transmissão se dá por meio de um contato mais próximo, mais propensos em ambientes fechados”, disse.

 


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