
Comum entre os homens, o alcoolismo tem afetado também as mulheres. Segundo um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 17% da população feminina afirma que bebe uma vez ou mais por semana – índice 4,1 pontos percentuais maior no comparativo com os dados de 2013, quando eram 12,9%.
Em Dourados duas donas de casa relatam que numa tentativa ‘cega’ de fugir dos problemas, se refugiaram no álcool, e agora, lutam para superar o vício e dar um novo sentido à vida. Para que não sejam expostas, elas serão identificadas com nomes fictícios.
Maria se divorciou aos 30 anos, e além da separação, precisou encarar a realidade de milhares de outras mulheres: manter a casa. Em pouco tempo, a cerveja ‘sagrada’ de todo fim de semana, passou a ser diária, e chegou ao ponto de levar bebida para o trabalho. “Foi ladeira abaixo. Comecei a beber no meu horário de expediente, saía, voltava com cheiro forte de bebida e todos percebiam. Perdi meu emprego e a situação se agravou, mesmo sabendo que meu filho dependia de mim, dei prioridade para o alcoolismo, mas até então, para mim, beber todos os dias, não era um problema, era normal”, relatou à reportagem.
Situação semelhante à da Tereza. Com histórico de alcoolismo na família, a bebida sempre fez parte do cotidiano, mas se intensificou quando também se divorciou. Ela relatou ao O PROGRESSO que ao beber, era como se pelo menos naquele instante, os problemas ‘desaparecessem’. “Para mim, era como se os problemas sumissem, como se o álcool fizesse eu apagar da memória tudo o que estava passando e, por isso, comecei a consumir bebida diariamente. Primeiro, cerveja, depois, pinga, até que um dia, me vi sozinha, sem família, amigos, e através da igreja, dei o passo de iniciar o tratamento para me libertar do vício”, contou.
Maria e Tereza atualmente buscam viver um dia de cada vez e lutando contra o álcool. Além do tratamento médico, com auxílio psiquiátrico e psicológico, elas encontraram apoio na igreja, e principalmente, da família.
Em Dourados, os atendimentos aos dependentes de álcool e drogas são feitos no Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e outras Drogas (Caps AD), localizado na Rua Gustavo Adolfo Pavel. O telefone para contato é o 3411-7778.
Saiba mais
Ainda com base nos dados do último relatório divulgado pelo IBGE, em 2020, entre homens e mulheres, a maior proporção de pessoas que beberam ao menos uma vez na semana, foi de adultos com 25 a 39 anos (31,5%), seguida por jovens entre 18 a 24 anos (30,4%).
Além disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) trabalha para diminuir em 10% o uso do álcool até 2025.
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