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Para recomeçar o Brasil LXXVI

28 Mai 2018 - 18h25Por Agências internacionais
Para recomeçar o Brasil LXXVI -

Foram muito significativos os pedidos para que façamos comentários acerca do que está acontecendo no país com a chamada Greve dos Caminhoneiros. Mas, sinceramente, não há muito o que comentar, a não ser que tudo aconteceu somente por culpa única exclusiva do governo, que sabia, há algum tempo que as coisas iriam acontecer e não fez nada para evitar o pior. Isto só prova o que estamos falando a um certo tempo: estamos diante de um cadáver que permanece insepulto. O que governo que aí está não existe mais.

Mas, é preciso que tiremos algumas conclusões muito importantes de tudo o quanto está acontecendo. É verdade que o governo Juscelino Kubstcheck fez a opção pelo mais barato, que foi construir rodovias e privilegiar o modal de transportes rodoviário e que esta decisão implicou em fazer do Brasil um país de efetivação quase que absoluta deste tipo específico de configuração e transporte. É verdade, também, que os investimentos minguaram desde o governo JK e que o projeto de integração do território nacional por rodovias acabou por ficar incompleto. Tudo bem. Mas, as poucas opções de fazer com que houvesse integração de ferrovias e hidrovias com a malha rodoviária poderia ter contribuído para tornar o processo de deslocamento de mercadorias no país bem mais eficiente e bem mais barato. Mas, o governo preferiu, ao longo dos anos, ir flertando com o caos. E, deu no que estamos vendo. É preciso que se tenha condições de fazer o escoamento de produção a custos menos incidentes e que se tenha opções mais saudáveis economicamente para fazer a economia funcionar. Só com caminhões as coisas não funcionam, até mesmo porque em função da cobrança de pedágios, as rodovias ficaram muito caras.

No entretanto, o que está ficando ainda mais estampado é que o sistema de cobrança de tributos (impostos e contribuições) do país ruiu. Não dá mais para colocar tudo na conta da produção e do consumo. Os mais pobres não aguentam mais financiar uma máquina pública tão paquidérmica como a brasileira. Imensa e improdutiva. É preciso mudar o sistema, criando alternativas mais modernas e que desonerem os setores que muito já contribuíram. E, olha que há quase 02 (dois) anos nós estamos falando sobre isto. Mas, parece que estamos falando para um país de surdos. Já é hora de legalizar-se todos os tipos e modalidades de jogos de azar e fazer com que se tribute de maneira mais eficiente os referenciais de patrimônio e os ganhos de capital.

Caro(a) leitor(a), o que mais me assusta, pessoalmente, é a possibilidade de que mais esta crise passe em brancas nuvens e que o país não tenha aprendido com ela. Os caminhoneiros estão muito perto de conseguir benesses para o preço do óleo diesel. Mas, e as populações urbanas que dependem do etanol, da gasolina e do GLP – Gás Liquefeito de Petróleo será que está satisfeita com os preços que está pagando? Parece que sim, visto que não houve uma adesão urbana à causa dos caminhoneiros. Era hora de o país ter demonstrado que é capaz de se unir, ao menos na dor. Mas, não foi o que se viu. Era hora de as igrejas e os clubes sociais terem apoiado, de maneira efetiva os irmãos caminhoneiros e os produtores rurais, que, por utilizarem, eles também o caríssimo óleo diesel, também foram para os acostamentos das rodovias manifestar sua indignação e sua inconformidade. Mas, as populações urbanas irão pagar a conta e irão sentir o gosto amargo de terem perdido a oportunidade de manifestar o seu descontentamento. E, agora, parece que já e tarde.

A greve dos caminhoneiros mostrou que o país está refém de uma categoria econômica e de uma situação de economia que está longe de uma solução, salvo se a oportunidade for aproveitada para se buscar alternativas que se sobreponham ao velho uso dos combustíveis fósseis. Acabou o momento de petróleo barato e nós não tivemos a competência de avançar em inovações e alternativas para a sua utilização. Que pena! Por que o etanol é ainda tão pouco utilizado? Por que o biodiesel, a despeito da imensa capacidade de produção do país é, ainda, uma alternativa que permanece no limbo?

Volto a repetir o que já enfatizei nas semanas anteriores. Eu continuo com muito medo de que não tenhamos aprendido nada com a imensa crise econômica, política e moral que se abateu sobre o país. Não é possível que continuemos sob a égide da cegueira que está nos mutilando.

Que Deus nos ajude, porque até agora não conseguimos enxergar o óbvio. Não conseguimos perceber que estamos caminhando para o precipício. Acorda, Brasil.

E, voltamos a aproveitar o espaço para lembrar que, possivelmente, neste ano de 2018, teremos as previstas novas eleições, das quais falamos acima. E, é importante lembrar que: quem vota em político mequetrefe é mequetrefe, também. Pense bem, caro leitor, para que no futuro não tenhamos que conviver com coisas tão tristes e tão humilhantes, como as atuais.



Prof. Carlos A. Vittorati, 55, formado em Ciências Econômicas e Pós-Graduado em Economia de Empresas



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