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Japão consegue pousar duas naves em um asteroide pela primeira vez

25 Set 2018 - 08h14Por Rafael Clemente/El País
Imagem tirada durante um dos saltos do 'Minerva 2' - Crédito: JAXA HANDOUT/EFEImagem tirada durante um dos saltos do 'Minerva 2' - Crédito: JAXA HANDOUT/EFE

Discretamente, quase às escondidas, a agência espacial japonesa (JAXA) acaba de conquistar outro avanço. No fim de semana passado, sua sonda Hayabusa 2 depositou dois pequenos veículos móveis na superfície de um asteroide. É a primeira vez que algo assim é feito.

A Hayabusa 2 está há vários meses estacionada na órbita ao redor de seu objetivo, um pedregulho de aproximadamente um quilômetro de diâmetro chamado Ryugu. Para os japoneses, esse nome tem significados mitológicos: é o nome do mítico palácio submarino do deus do mar, cujas paredes são feitas de coral. Atentos ao mínimo detalhe, os técnicos mudaram a cor de fundo do escudo da missão: do azul original ao vermelho coral.

A sonda orbita a 20 quilômetros do asteroide, uma distância perfeita para oferecer vistas detalhadas. Na sexta-feira, 21, os técnicos fizeram com que a sonda descesse a somente cinquenta metros do solo, soltasse seus dois rovers em queda livre e voltasse a subir.

Os dois artefatos, gêmeos, são chamados de Minerva 2. O primeiro a levar esse nome estava a bordo da sonda anterior e deveria aterrissar no asteroide Itokawa, há 13 anos. Infelizmente, a pontaria falhou e a pequena máquina errou o alvo e se perdeu no espaço.

As novas sondas Minerva têm o aspecto e o tamanho de latas de conserva cilíndricas cobertas de células fotoelétricas para alimentar seus equipamentos (principalmente câmeras de televisão e medidores de temperatura). Não precisam de paraquedas e sistema de frenagem. Para que? A gravidade do Ryugu é tão pequena que levaram 15 minutos para percorrer os cinquenta metros. Durante sua queda ainda tiveram tempo de fotografar a nave mãe, que subia. A imagem aparece mexida, não pelo movimento da Hayabusa 2 e sim porque os rovers giravam sobre si mesmos.

Ao chegar ao solo, os dois artefatos ricochetearam e terminaram descansando a poucos metros de distância um do outro. Não tem rodas e pernas, mas podem se movimentar; por isso são chamados de rovers. Em seu interior levam um contrapeso acionado por um motor elétrico. Quando esse gira, se desequilibram e dão uma pequena volta. Dessa forma, golpe a golpe, podem ir de um lugar a outro. Mas sem pressa.

A sonda ainda possui mais três rovers, dos quais se soltará nas próximas semanas. O maior, de fabricação alemã, vai equipado com aparelhos que analisam a composição química do solo.

Para poder chegar a camadas mais profundas, que jamais foram alteradas pela radiação solar, a Hayabusa leva a bordo uma bala de cobre de dois quilos. Quando chegar o momento, irá dispará-la contra o solo, onde impactará a mais de 2 quilômetros por segundo. O choque deverá revelar rochas antigas... e também projetar ao espaço uma grande nuvem de fragmentos. De fato, foi programada uma manobra para que a sonda, uma vez ejetado o projétil, procure refúgio rapidamente do outro lado do asteroide para evitar o impacto dessa metralha cósmica.

Por último, a sonda descerá mais uma vez até tocar o solo com um de seus sensores. Outro projétil - dessa vez muito menor - fará saltar fragmentos que serão recolhidos pelo próprio dispositivo e introduzidos em uma pequena cápsula. Depois, a Hayabusa 2 voltará à Terra onde, se tudo der certo, deverá chegar em 2020. A cápsula cairá de paraquedas nos desertos da Austrália, onde os técnicos japoneses estarão esperando sua chegada.

 

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