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Força tarefa do Coren-MS fiscaliza postos de saúde em aldeias indígenas

06 Set 2018 - 08h30Por da Redação
Força tarefa do Coren-MS fiscaliza postos de saúde em aldeias indígenas - Crédito: Coren-MS Crédito: Coren-MS

Precariedade e locais inadequados para atendimento foram situações encontradas pelo coordenador do Dfis (Departamento de Fiscalização) do Coren-MS (Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul), Dr. Jefferson Estevan Francisco, e assessor executivo de fiscalização, Dr. Waldeir  Sanches, durante Força tarefa que fiscaliza postos de saúde em aldeias indígenas de Amambai. O trabalho dos fiscais do conselho iniciou na última segunda (3) e vai até quinta-feira (6). Já foram visitadas cinco aldeias, além da sede da CASAI (Casa da Saúde Indígena).

De acordo com o Dr. Jefferson, durante as fiscalizações, questões relacionadas aos profissionais de enfermagem no que se refere ao registro destes junto ao conselho não foram encontradas irregularidades. Também não foi detectado erros nas escalas das equipes de enfermagem.

Porém as estruturas dos locais de atendimento não são satisfatórias, em todas as unidades o Coren-MS constatou que os prédios são de proporções pequenas com salas que servem para vários tipos de atividades, ou seja, um local multiuso.

“Temos como exemplo, salas que são usadas para consultório são compartilhadas entre médicos e enfermeiros, ou seja, os profissionais se revezam dentro de um mesmo local para prestar atendimento à população. O que não otimiza o atendimento”, apontou Dr. Estevan.

O coordenador de Dfis diz ainda que, as salas comportam diversas atividades de enfermagem, como por exemplo, na pré-consulta realiza-se também inalações de pacientes, curativos e por vezes distribuído medicações. Existem unidades que realizam atendimento em corredores quando não há outros espaços disponíveis.

Outra constatação levantada em fiscalização foi o uso de varandas para atendimento, isso quando existem varandas, caso não, os procedimentos são feitos ao ar livre.

Locais inadequados

As atividades de programas como o Hiperdia, que visa prevenir problemas relativos à hipertensão e diabetes, com reuniões de pacientes e palestras são feitas do lado de fora dos postos de saúde por falta de espaços específicos destinados à este fim, bem com em caso de Campanhas de vacinação, ressalta-se que em geral as unidades passam pelos mesmos problemas.

Muitas salas das unidades são usadas para guarda de materiais e medicamentos de forma inadequada na maioria das unidades. “Em geral, há locais que possuem uma pequena área para recepção e que ainda se destinam à pré consulta e guarda dos prontuários dos pacientes”, afirmou Dr. Jeffeson.

“A maioria das unidades que visitamos eram compartimentadas em quatro pequenas salas. E pequenas áreas como a de limpeza também acaba servindo de local para guardar materiais hospitalares”, acrescentou.

De acordo com o coordenador do Dfis do Coren-MS, todas a unidades apresentam problemas, com exceção do Posto Central Sede da Aldeia Amambai, que foi reformada recentemente para receber a Caravana da Saúde e da Aldeia Guassuti que também foi recentemente favorecida por uma ação da prefeitura de Aral Moreira que pintou o posto e providenciou móveis melhor conservados.  “As outras estão em estado precário de conservação apresentando pinturas desbotadas, presença de umidades e fungos, além de eventuais depredações” denunciou Jefferson Estevan.

Para Dr. Estevan, se não fosse esse somente os casos graves nas instalações, ainda existem situações onde os profissionais de enfermagem são forçados a atender, em algumas aldeias, onde nem se quer existe estrutura física, trabalhando, por vezes, em sede de fazendas ou em lugares improvisados como igrejas ou até mesmo dentro dos veículos.

“Com bases sem locais construídos, os profissionais se deslocam da sede da Casai no carro da instituição cheio de caixas com medicamentos, vacinas, material dos programas, e seguem aos locais para atender à população ao relento”, afirmou Dr. Francisco.

Promotoria

As equipes que atuam nos locais fiscalizados recebem os fiscais do Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul com muita disposição. “Percebemos uma esperança neles de que através dessas ações de fiscalização, que as coisas irão melhorar”, descreveu Estevan.

As fiscalizações foram determinadas a pedido do promotor titular da 1º Promotoria de Justiça da comarca de Ponta Porã, Dr. Gabriel da Costa Rodrigues Alves, por conta da reunião da Mediação Sanitária, que aconteceu em julho deste ano, e deliberada pelo presidente do Coren-MS, Dr. Sebastião Junior Henrique Duarte.

A Força Tarefa está sendo realizada pelo coordenador do departamento de fiscalização do Coren-MS, Dr. Jefferson Estevan Francisco, e pelo assessor de fiscalização, Dr. Waldeir Sanches e de Recursos humanos locais sediados pelo próprio Polo de Amambai onde está sendo realizada a ação, neste caso o Senhor Milton Nelson, administrador deste Polo e do Dr . Eliseu Alexandre Júnior, Enfermeiro RT responsável pela Coordenação de todo o serviço nesta reunião.

A comissão da mediação envolve alguns órgãos reguladores como o Coren-MS, CRM-MS (Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul), Vigilâncias Sanitárias dos municípios, prefeituras e os responsáveis pela saúde das microrregiões de Ponta Porã formados pelas cidades de Ponta Porã; Amambai; Aral Moreira; Coronel Sapucaia; Antônio João; Paranhos e Tacuru. As aldeias já visitadas pelo Coren-MS foi a Guassuti, Taquaperi, Amabai, Pandui e Limão Verde.

A equipe de fiscalização do Coren-MS termina a força tarefa em Amambai nessa quinta-feira (6) na Aldeia Jaraguari.

 

 

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