Os últimos acontecimentos ocorridos nos Estados Unidos da América do Norte sobre os imigrantes que entraram ilegalmente em seu território estarreceram o mundo civilizado. A decisão tomada pelo seu governo de separar as crianças de seus pais não foi a melhor. A família não pode nunca ser separada em vida. Ela é uma instituição sagrada. Pai, mãe e filhos formam uma instituição que tem o agasalho divino. Ela precisa ser preservada. A solução para esse tema precisa ser decidido em outo foro. Essa é a forma inteligente de colocar fim a um tormento social. O mundo não merecia protagonizar tamanha maldade.
O nosso País sempre marchou na direção oposta a essa ação. Seu início é histórico. Ocorreu no final da campanha militar contra os paraguaios. A guerra durou seis longos dramáticos e sangrentos anos. Com o fim do conflito o Imperador D. Pedro II editou o Decreto abrindo o nosso território para receber todos os estrangeiros.
Esse fato elegante e generoso mostra com clarividência a nossa vocação de grandeza como nação. Mas essa generosidade não parou com a ação imperial. Deu um passo gigantesco com o advento da República. O marechal Deodoro da Fonseca na função de primeiro magistrado da nação editou o importante Decreto instituindo o dia da grande naturalização. Em outras palavras o governo brasileiro aceitava como sendo seu nacional todos os estrangeiros que quisessem abraçar a nacionalidade brasileira.
Não existe nada mais elegante e democrático do que esse gesto. Na sequencia as outras ações dos nossos governantes consagraram o mesmo entendimento. A ocupação inicialmente nas áreas de fronteira do nosso imenso território teve por finalidade preservar a integridade física do nosso território e salvaguardar a nossa soberania. Esse foi o propósito singular de uma ação carregada de generosidade.
Interessante salientar que nessa oportunidade o continente europeu vivia momentos de grande tensão. O Império Austro Húngaro, juntamente com o Império Turco, ameaçavam a paz mundial. Os turcos em 1.914 já possuíam sob os seus domínios metade do nosso planeta. Algo assustador.
A fé religiosa sustentou esse avanço medonho. Impunham pela força aos povos dominados a sua fé religiosa, o islamismo. Esse foi o grande tormento daquela época. Muitos imigrantes abandonaram os seus países. Fugiram da perseguição política e religiosa. Aqui explica as causas motivadoras da fuga dos primeiros imigrantes. Eram homens de bem. Queriam apenas uma oportunidade para trabalhar, progredir e criar suas famílias. Queriam também viver uma vida pacífica e professar sua fé religiosa. Esse acolhimento continua. Os dias que correm agasalham a verdade dos fatos.
Os venezuelanos são as suas maiores vertentes. Os motivos dessa fuga não interessa ser trazido à baila. Não é essa a nossa função. Qualquer que seja a situação em que se encontram os imigrantes, não interessa sua nacionalidade, serão sempre bem vindos.
A nossa linda Capital é o seu mais forte exemplo. Árabes, japoneses, italianos e tantos outros povos, raças e nações, construíram com o seu labor honesto e a mansidão dos seus propósitos a sua grandeza econômica, social e política. O seu comércio ganhou vida com os imigrantes. Suas terras férteis produziram bens e riquezas. A sua economia resultou fortalecida.
O nosso Estado teve também os seus quadrantes forrados de imigrantes. Em todos eles abundou com generosidade o progresso, a paz e a prosperidade. É assim que o nosso governo sempre buscou equacionar esse fato social.
O nosso grande Rui Barbosa um dos maiores intelectuais do nosso País sempre engrandeceu a nossa história com as suas colocações inteligentes, sobre todos os temas em que era convocado para exarar seu juízo de valor.
Sobre os imigrantes sempre salientava que o nosso território possui uma extensão territorial do tamanho da nossa generosidade. Existe espaço para todos os homens de boa vontade, salientava. É verdade. Somos um continente. Temos uma costa inteira banhada pelo Oceano Atlântico. O nosso clima é agradável. As nossas terras produtiva. O nosso povo é bom e trabalhador. Somos pacíficos. Nosso exemplo de vida resultará sempre virtuoso. O conjunto das nações civilizadas conhece a nossa índole. O de buscar fomentar sempre o acolhimento do imigrante. Dentro da Lei. E nesse diapasão festejar com alegria exuberante a beleza da paz.
Promotor de Justiça aposentado. ([email protected])