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Editorial

Mais esporte e lazer

07 Dez 2017 - 08h00
Mais esporte e lazer -
O pão e o vinho para sobreviver. Há quem diga que o ser humano não necessita de mais nada. Mas e quanto às necessidades psicológicas, ao alimento da alma? Sabemos que prato cheio com bebida não são o suficiente. Um bom pasto e água fresca pode até ser o que necessita um animal irracional, mas nós, homo sapiens, precisamos mais que isso. Temos fome e sede de inúmeras coisas. E você, tem fome de que? Tem sede de que?

Num mundo que cada vez mais liberta e ao mesmo tempo aprisiona as pessoas, fazer parte dele é uma necessidade para se sentir útil. Muito usual, o conceito "vulnerabilidade social" vem sendo utilizado em larga escala. Tal conceito remete a uma posição considerada desvantajosa a ser ocupada por determinadas parcelas de pessoas quanto ao acesso às condições de promoção e garantia dos direitos de cidadania.

Como forma de promover uma intervenção positiva nesta realidade encontra-se o esporte como ferramenta de transformação. Tem dado certo e pelo país afora há inúmeros exemplos do quanto à prática de atividades físicas tem trazido inúmeros benefícios à sociedade, independente da idade. Cada vez mais crescente, projetos sociais surgem por meio de organizações governamentais e não governamentais, com a proposta de promover ações educativas por meio do esporte.

A sociedade enxergou o quanto é importante o esporte, não somente no aspecto físico, como também na possibilidade da integração da pessoa ao meio, pela satisfação da necessidade social de realizar exercícios físicos, de conhecer possibilidades e interesses, de estimular à criatividade, o raciocínio, a independência. Mais que isso, de conhecer ou reconhecer nessa convivência esportiva que há vitórias e derrotas. O esporte também coloca o indivíduo diante de situações imprevistas e o faz a lidar com tensões. Desenvolve a segurança e a promoção de valores éticos.

A busca pela qualidade de vida está cada vez em ascensão. E essa busca se inicia, por mais que não aparente, nos primeiros anos de vida. Comum na adolescência, a busca pelo meio e a influência do consumismo, aliado a questões psicológicas, hábitos prejudiciais, gera conflitos internos que provocam o desvio de valores e a (des)aprendizagem. É neste processo que o esporte mostra sua grande contribuição à sociedade. E tem dado certo.



Cada um com suas particularidades, as modalidades esportivas são grandes e dão poder ao indivíduo de optar por qual praticar. No país do futebol, do carnaval (melhor não estender esse assunto), brota-se, às vezes, demasiadamente, as famosas "peladas" onde um tutor/responsável joga uma bola no campo ou na quadra e coloca a garotada pra correr. Não que não sirva. Mas diante de uma infinidade de esportes que possibilitam a oportunidade de integrar o individuo num todo, eis o futebol como alternativa mais prática e que demanda menos encargos. Isso prova o quanto falta investimento no setor: esporte.

Entre os dias 20 a 25 de novembro, em São Paulo, foi realizada a Paralimpíadas Escolares Brasileira. De Dourados (MS), 20 atletas participaram, de um total de 60 alunos de diferentes deficiências que atuam num projeto com diversas modalidades, promovido pela prefeitura em parceria com o governo do estado. Os pais dos alunos são categóricos ao confidenciarem que a vida de seus filhos transformou, de forma positiva, após a prática de esporte. Ações como essa se destacam e são dignas de aplausos. E merecem ser espalhadas por todos os cantos da cidade e não de forma concentrada nos pouquíssimos espaços de esporte e lazer.

Com o desenvolvimento urbano das cidades, sair de um bairro para o outro não tem sido tarefa fácil, principalmente para famílias de baixa renda. Daí a necessidade de levar o esporte para os mais diferentes espaços urbanos. Trata-se de um desafio dos governantes e da própria sociedade organizada que pode cooperar com o desenvolvimento não só do esporte, como também dos mais diferentes saberes que promovam a dignidade humana.

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