Economia

Produção de veículos no Brasil sobe em agosto 18,6% e vendas são as maiores para o mês desde 2014

6 SET 2018 • POR Reuters • 14h50

A produção brasileira de veículos em agosto subiu puxada pela demanda interna, com as vendas registrando o melhor desempenho para o mês desde 2014, enquanto as exportações foram prejudicadas pela crise na Argentina.

A produção de veículos subiu 18,6 por cento em agosto ante julho e 11,7 por cento sobre igual mês do ano passado, somando 291,4 mil veículos, mostraram dados divulgados nesta quinta-feira pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

No acumulado do ano até agosto, a indústria produziu 1,972 milhão de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, alta 12,8 por cento em relação ao mesmo período de 2017.

As vendas de veículos novos no mês passado subiram 14,3 por cento sobre julho e avançaram 14,8 por cento em relação a agosto de 2017, para 248,6 mil unidades, registando o melhor agosto desde 2014.

De janeiro a agosto, o país vendeu 1,633 milhão de unidades, alta de 14,9 por cento na comparação anual.

O presidente da Anfavea, Antonio Megale, disse que a entidade deve rever suas projeções para produção, vendas e exportações no mês que vem, sendo que o viés positivo para o mercado interno deve levar a um ajuste para cima na estimativa de vendas, enquanto a crise econômica na Argentina deve levar a um ajuste para baixo na projeção para exportações.

Com isso, a estimativa para a produção deve ficar perto da atual, segundo Megale.

Atualmente, a entidade prevê alta de 11,9 por cento para a produção e crescimento de 11,7 por cento para as vendas. Já para as exportações, a estimativa atual é de estabilidade ante o ano passado.

A pressão sobre a demanda externa reflete, principalmente, a crise na Argentina, principal mercado para compra de veículos do Brasil.

Em agosto, as exportações de veículos montados subiram 9,2 por cento ante julho, mas caíram 16,6 por cento na comparação anual. De janeiro a agosto, as vendas externas registram baixa de 4,6 por cento em relação ao mesmo período de 2017.

“Neste momento olhamos com muita preocupação o aumento da taxa de juros na Argentina (para 60 por cento ao ano). Obviamente isso terá reflexo no financiamento e o mercado com certeza vai retrair”, disse Megale em coletiva de imprensa.

O presidente da Anfavea também mostrou preocupação com as recentes medidas anunciadas pelo governo do país vizinho para conter a crise, como uma taxação sobre exportação. Entretanto, Megale acredita que essas medidas tenham caráter temporário.