Ressocialização

Oficina de costura de presídio garante ocupação produtiva e uniformização de detentos

6 JUL 2018 • POR da Redação • 09h40

A Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) inaugurou nessa quarta-feira (4.7) uma Oficina de Costura no Estabelecimento Penal “Máximo Romero”, em Jardim. A iniciativa, além de garantir uma nova frente de trabalho e ocupação produtiva no presídio, irá proporcionar a manutenção de uniformização dos internos.

A implantação do espaço foi possível graças ao apoio dos conselhos da comunidade dos municípios de Jardim, Nioaque, Porto Murtinho, Bela Vista e Bonito, que, além da doação  das máquinas de costura, financiaram a confecção de 370 kits de uniformes, contendo cada um duas camisetas, uma  calça e uma bermuda.

“Enviamos em janeiro deste ano uma proposta aos conselhos para que pudéssemos retomar a uniformização dos internos, bem como garantir a manutenção dessa uniformização, já que houve no passado a implantação dessa vestimenta padronizada, mas acabou se perdendo com o tempo devido à falta de reposição das peças”, informou o diretor do presídio, Maycon Roslen. A intenção, pontuou, é que empresas da região também possam encomendar trabalhos de confecção ao estabelecimento penal.

Segundo o dirigente, o uso de uniforme nos custodiados, além de trazer mais organização e contribuir com a segurança e vigilância da unidade prisional, proporciona igualdade entre a massa carcerária. “Reflete também para a salubridade, devido ao menor acúmulo de roupas nas celas, além de evitar a comercialização entre eles”, declarou.

O diretor informou que os reeducandos irão assinar um termo de cautela, assumindo a responsabilidade pela conservação das roupas, sendo suscetíveis às punições cabíveis caso não cumpram esta regra.

Presente na solenidade de ativação da oficina de costura e entrega de uniformes, o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, reforçou a importância das parcerias para que ações necessárias se concretizem. “Ontem, inauguramos em Campo Grande o novo prédio da Unidade de Monitoramento Virtual, que foi estruturada com o apoio do Judiciário e da Universidade Federal, hoje aqui estamos implantando essa oficina com a ajuda dos conselhos da comunidade da região; no Estado todo temos muitos parceiros. Isso, somado ao empenho dos diretores e equipe de servidores, tem ajudado a darmos maiores condições ao cumprimento da pena em Mato Grosso do Sul”, agradeceu.

Para a juíza da 1ª Vara Criminal de Jardim, Penelope Mota Calarge Regasso, o trabalho conjunto é essencial para enfrentar as demandas do sistema prisional. “Vemos aqui o apoio dos conselhos da comunidade e isso é muito positivo. Parabéns a todos os envolvidos”, elogiou.

Capacitação

Para garantir internos qualificados para atuarem na confecção, no mês passado, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), como apoio do Sindicato Rural, ministrou no presídio um curso de Corte e Costura nas modalidades de Modelagem e Confecção de Peças.

A capacitação envolveu carga horária de 80 horas e a participação de 12 reeducandos, entre estes, quatro irão atuar na oficina. Pelo trabalho, receberão remição da pena.

O presidente do Sindicato Rural de Jardim, José Eduardo Meirelles Grubert, afirmou que o oferecimento de cursos pelo Senar ao presídio tem sido muito produtivo. “Acreditamos que estamos contribuindo para a ressocialização dessas pessoas e, assim, contribuímos também para a sociedade”, enfatizou.

Também participaram da inauguração a secretária de Assistência Social do Município, Rosi Maciel; a diretora de Assistência Penitenciária da Agepen, Elaine Arima Xavier Castro; a chefe da Divisão de Promoção Social, Matinês Savoia; e a mobilizadora de cursos do Senar, Tiele Venâncio.