Saúde

Deficiência de vitamina A coloca 140 milhões de crianças em risco

30 MAI 2018 • POR • 14h58
Mais de 140 milhões de crianças em todo o mundo correm um risco maior de sofrer de surdez, cegueira e até mesmo morte caso medidas urgentes não sejam tomadas para fornecer suplementos de vitamina A, alertou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

Em um novo relatório, o UNICEF destacou que apenas duas doses de Vitamina A por ano podem salvar a vida de milhares de crianças. A vitamina A reforça o sistema imune e pode ajudar a proteger o corpo de doenças potencialmente fatais, como sarampo e diarreia.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a carência de vitamina A como um "problema de saúde pública" que afeta cerca de um terço de todas as crianças entre 6 e 59 meses, segundo dados de 2013. Os maiores índices de insuficiência da vitamina foram registrados na região da África Subsaariana, com 48%, e no Sul da Ásia, com 44%.

O relatório do UNICEF afirma que apenas 64% das crianças em necessidade estão recebendo os benefícios de suplementos de vitamina A, deixando um terço – mais de 140 milhões de crianças – sem proteção suficiente.

A cobertura oferecida por programas de suplementação de vitamina A caiu por mais da metade em países que apresentam maiores índices de mortalidade em crianças com menos de cinco anos, no ano de 2016 – países onde esses programas são mais necessários.

Como resultado, o número de crianças desprotegidas contra a carência dessa vitamina mais que triplicou entre 2015 e 2016, em um salto de 19 milhões para 62 milhões de crianças, de acordo com o relatório.

A cobertura mundial contra a falta de vitamina A atingiu o menor índice em seis anos em 2016, com a maior queda no oeste e centro do continente africano. Ações de proteção para crianças no leste da Ásia e Pacífico se mostraram eficazes, com mais 80% das crianças nessas regiões recebendo cobertura de duas doses de vitamina A ao longo da última década.

O relatório recomenda que a comunidade internacional incorpore doses de vitamina A em seus programas de maneira a alcançar todas as crianças. Dessa forma, diz o documento, é possível fortalecer o monitoramento para identificar aqueles que ainda devem ser contemplados, com o objetivo de expandir o conhecimento geral sobre a questão nas plataformas mais efetivas.