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Obesidade abdominal é mais frequente em adolescentes brasileiros

30 Mai 2018 - 11h11
Obesidade abdominal é mais frequente em adolescentes brasileiros -
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) e o Ministério da Saúde apresentam na cerimônia do Dia Mundial sem Tabaco o estudo Avaliando a relação entre tabagismo e obesidade abdominal em uma pesquisa nacional entre adolescentes no Brasil. Na cerimônia, na sede do INCA no Rio de Janeiro, acontecem também o lançamento da campanha e o debate "Tabagismo e doenças cardiovasculares".



O estudo constatou que a obesidade abdominal em adolescentes de 15 a 17 anos é mais frequente entre os fumantes diários do que entre os não fumantes. A obesidade abdominal (definida no estudo pela circunferência de cintura elevada) é um indicativo de acumulação de gordura nessa região e representa um importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, como as cardiovasculares, câncer e diabetes.



O estudo não visou estabelecer uma relação causal entre o tabagismo e o aumento da circunferência abdominal, porque os adolescentes não foram acompanhados durante anos. Ou seja, não se sabe se os adolescentes já estavam com a circunferência da cintura acima dos padrões antes de começar a fumar ou vice-versa. O fato é que a coexistência desses dois fatores de risco já nessa fase da vida é algo preocupante, uma vez que esse cenário pode se perpetuar na fase adulta.



"São cerca de 100 mil adolescentes que fumam diariamente no Brasil. Se eles não mudarem seu comportamento de fumar e adotarem hábitos de vida saudáveis, para além dos malefícios de curto prazo, terão na fase adulta um risco aumentado para o desenvolvimento de doenças crônicas", afirma André Szklo, tecnologista do INCA e coautor do estudo.



Embora seja difundido, principalmente pela indústria do tabaco, que fumar proporciona um ganho estético, o resultado do estudo revela que a proporção de circunferência de cintura elevada entre os meninos fumantes diários foi 130% maior do que entre os não fumantes. Entre as meninas fumantes, esse percentual foi cerca de 60% maior quando comparadas às não fumantes.



Pesquisas anteriores em adultos também encontraram uma associação positiva entre o fumo e a circunferência da cintura elevada. Essas pesquisas sugerem que uma possível explicação para este fato seria que a nicotina (substância do tabaco que causa a dependência) aumenta a resistência insulínica, que por sua vez está relacionada ao depósito de gordura na região abdominal. Essa pode ser uma explicação para o resultado do estudo apresentado hoje, mas a relação de causalidade entre o tabagismo e a obesidade abdominal em adolescentes ainda precisa ser mais investigada por pesquisas específicas.



Publicado na revista científica Preventive Medicine, o estudo foi realizado por pesquisadores do INCA, da Universidade Johns Hopkins e da Fiocruz. Os pesquisadores utilizaram dados do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (Erica), pesquisa nacional feita em 2013 e 2014 entre estudantes brasileiros de escolas públicas e privadas, coordenada pelo Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da UFRJ. Eles analisaram informações de 21.671 rapazes e 17.142 moças de 15 a 17 anos e observaram a relação entre o tabagismo e a presença de outras características e comportamentos de risco à saúde.



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