Dourados – MS sexta, 19 de abril de 2024
16º
assédio sexual

Milhares de funcionários da Google se manifestam contra assédio sexual

03 Nov 2018 - 10h01Por AFP
Milhares de funcionários da Google se manifestam contra assédio sexual - Crédito: Arquivo Crédito: Arquivo

De Singapura a Nova York, passando por Dublin e Londres, milhares de funcionários da Google fizeram, nesta quinta-feira (1), uma greve simbólica para denunciar a gestão da direção dos casos de assédio sexual na corporação.

O movimento começou após um artigo do New York Times, publicado na semana passada, que causou indignação, já que o jornal afirmava que a Google havia acobertado nos últimos anos uma série de casos de assédio sexual que envolviam funcionários de alto escalão, alguns dos quais foram demitidos com indenizações generosas.

Entre eles está Andy Rubin, criador do sistema operacional Android e parte do grupo desde 2014, que recebeu uma indenização por demissão de 90 milhões de dólares após queixas por má conduta. Rubin negou as acusações.

Os organizadores do movimento pediram aos 90 mil funcionários da Google em todo o mundo que saíssem de seus escritórios às 11h00 em seus respectivos fusos para protestar contra a gestão dos casos de assédio.

A ação começou a se espalhar na Ásia, em Singapura, onde 100 funcionários se reuniram internamente, segundo uma foto publicada no Twitter pelos organizadores. Depois foi a vez de Tóquio, também de forma interna, e de Hyderabad, na Índia, segundo relatos posteriores às manifestações.

Mais tarde, o protesto chegou à Europa. Cerca de 500 funcionários se reuniram em uma área ao ar livre da sede europeia da Google em Dublin. Lá os funcionários fizeram uma greve simbólica de meia hora, comprovou um correspondente da AFP.

Em Londres, centenas de trabalhadores se reuniram em uma grande sala corporativa antes de irem às ruas.

Essa concentração é feita "em solidariedade a todas as vítimas de assédio sexual ou de maus-tratos em nossa empresa", explicou Kate, a organizadora da concentração, que não quis dar o seu sobrenome.

Também houve queixas em Berlim e Zurique, de acordo com a conta no Twitter dos organizadores.

"Tem havido repulsa e frustração dentro da companhia", admitiu o CEO do Google, Sundar Pichai, em entrevista ao New York Times.

"No Google, estabelecemos um padrão muito alto e, claramente, não cumprimos com nossas expectativas".Mas "há passos concretos por vir".

Em Nova York, onde a Google emprega quase 10.000 pessoas, centenas de funcionários se encontraram em um parque perto do escritório de Chelsea da companhia.

Quatro mulheres e um homem faziam discursos aos manifestantes com um megafone para exigir uma mudança de cultura na Google, onde as mulheres representavam em 2017 apenas 31% dos funcionários, e 25% das posições gerenciais.

"Temos a ambição de ser a melhor companhia do mundo", disse a organizadora de Nova York, Demma Rodríguez. "Na Google, espera-se que sejamos excepcionais, que cumpramos os nossos objetivos, mas também temos metas como uma empresa e não podemos decidir que não as cumpriremos", acrescentou, referindo-se ao princípio de "respeito" promovido pela empresa.

Claire Stapleton, outra organizadora, agradeceu o sucesso do movimento, explicando que a ideia nasceu na segunda-feira e se espalhou pela empresa por meio de um grupo de e-mails.

"Acho que o nosso coletivo é poderoso e que todos queremos uma mudança (...) Acho que a gerência está nos ouvindo", disse à AFP.

Depois da nota do jornal, o chefe da Google, Sundar Pichai, enviou um e-mail aos funcionários do grupo dizendo que 48 funcionários, incluindo 13 executivos de alto escalão, haviam sido demitidos por assédio sexual sem compensação durante os últimos dois anos.

Pichai também defendeu que a empresa havia mudado a sua política interna e que não toleraria mais nenhum comportamento desse tipo.

Nos últimos anos, surgiram muitos casos de sexismo em companhias do Vale do Silício, acusadas ​​de fazer vista grossa ao assédio sexual.

 

Deixe seu Comentário

Leia Também

ONU faz apelo de US$ 2,8 bilhões para assistência em Gaza e na Cisjordânia
Ajuda humanitária

ONU faz apelo de US$ 2,8 bilhões para assistência em Gaza e na Cisjordânia

18/04/2024 20:45
ONU faz apelo de US$ 2,8 bilhões para assistência em Gaza e na Cisjordânia
Oriente Médio à beira do abismo, avalia secretário-geral da ONU
Paz e segurança

Oriente Médio à beira do abismo, avalia secretário-geral da ONU

18/04/2024 19:45
Oriente Médio à beira do abismo, avalia secretário-geral da ONU
O caso de amor da Europa com carros elétricos diminui com a queda nas vendas
Mundo

O caso de amor da Europa com carros elétricos diminui com a queda nas vendas

18/04/2024 17:15
O caso de amor da Europa com carros elétricos diminui com a queda nas vendas
FMI: Economia global deve continuar crescendo a 3,2% anualmente até 2025
Desenvolvimento econômico

FMI: Economia global deve continuar crescendo a 3,2% anualmente até 2025

17/04/2024 21:45
FMI: Economia global deve continuar crescendo a 3,2% anualmente até 2025
ONU faz apelo de US$ 2,8 bilhões para assistência em Gaza e na Cisjordânia
Ajuda humanitária

ONU faz apelo de US$ 2,8 bilhões para assistência em Gaza e na Cisjordânia

17/04/2024 20:45
ONU faz apelo de US$ 2,8 bilhões para assistência em Gaza e na Cisjordânia
Últimas Notícias