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Inflação de outubro em Campo Grande fica em 0,78%

Alimentação e Habitação foram os principais responsáveis pelo resultado, informa o Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais da Uniderp

13 Nov 2018 - 13h00Por da Redação
Inflação de outubro em Campo Grande fica em 0,78% - Crédito: Arquivo Crédito: Arquivo

Em outubro, o Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) ficou em 0,78%, segundo o Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas e Sociais (Nepes) da Uniderp. O indicador, que representa a inflação local, superou a taxa de setembro (0,42%) e é considerado o mais alto desde 2015 (0,97%), no comparativo entre os meses de outubro. Se levados em conta os índices de 2018, a taxa é a segunda maior do ano.

As grandes contribuições para esse resultado vieram da Alimentação, que registrou inflação de 2,07% e participação de 0,62% para o índice; Habitação, com inflação de 0,74% e colaboração de 0,20% no cálculo; Transportes, com taxa de 0,70% e contribuição de 0,08%; Educação, com inflação de 0,74% e colaboração de 0,03%; Despesas Pessoais, com alta de 0,25% e participação para o índice de 0,02%; e Saúde, com inflação de 0,06%, sem contribuição para o índice. O grupo Vestuário foi o único com deflação, -1,89%, e contribuição de -0,17%, ajudando a segurar a elevação do índice de outubro.

De acordo com o coordenador do Nepes da Uniderp, Celso Correia de Souza, a inflação registrada para o mês confirma uma retomada do processo inflacionário. “Os aumentos dos alimentos e dos combustíveis podem ser vistos como os grandes culpados pela elevação dessa taxa em outubro. Para os próximos meses, o que se espera são inflações mais elevadas devido às festas de final de ano, período de aumento de consumo e, consequentemente, a inflação deverá continuar crescendo”, revelou.

Apesar do cenário, o professor também informa que a queda no dólar pode trazer um alívio para a economia brasileira, pois, “deixará de impactar a inflação com aumentos dos preços de produtos natalinos importados, bem como, outros produtos como trigo, máquinas de alta precisão, eletroeletrônicos e gasolina”. Em sua análise, ele considera que a redução da cotação da moeda estrangeira também sofrerá mais concorrências externas, dificultando a exportação, aumentando a oferta interna desses produtos, controlando os preços no mercado nacional.

Considerando os dez primeiros meses em Campo Grande, a inflação acumulada chegou a 3,66%. No acumulado dos últimos 12 meses, a taxa está em 4,49%, colada à meta de 4,5%, estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CNM) para o ano todo. “Já não se pode afirmar que existem possibilidades de se chegar a dezembro com uma inflação acumulada abaixo dos 4,5%, como aconteceu em 2017, quando registrou 2,60%”, projeta o pesquisador.

Segmentos

O grupo Habitação fechou outubro em 0,74%, reflexo de aumentos de preços com produtos como: amaciante de roupas (4,02%), sabão em pó (3,26%), fósforos (3,09%), entre outros. Quedas de preços ocorreram com: lustra móveis (-5,03%), desinfetante (-4,01%), inseticida (-3,13%).

Diferente do comportamento de deflação de setembro, o índice de preços do grupo Alimentação teve alta expressiva: 2,07%. As maiores elevações ocorreram com: tomate (119,08%), cebola (96,33%), batata (53,34%), entre outros alimentos. Já as reduções de valor foram identificadas com: repolho (-27,99%), chuchu (-18,38%), farinha láctea (-14,68%), entre outros produtos.

Dos quinze cortes de carnes bovina pesquisados pelo Nepes da Uniderp, oito tiveram alta nos preços: acém (8,22%), contrafilé (7,83%), paleta (6,74%), alcatra (6,74%), costela (6,38%), lagarto (4,72%), coxão mole (2,71%) e ponta de peito (0,85%). Na avaliação do pesquisador, a retomada do preço já era esperada. “Houve aumento do consumo e também os reflexos do campo, como as dificuldades com as pastagens que ainda estão se recuperando da longa estiagem dos meses anteriores. Os frigoríficos estão abatendo gado bovino confinado mais caro do que o gado engordado em pastagens naturais e artificiais. É possível que haja um aumento extra no preço da carne bovina devido a retomada da importação por parte da Rússia”, esclarece.

Também foram constatadas reduções de preço com: músculo (-4,76%), patinho (-1,50%), vísceras de boi (-1,14%), picanha (-0,54%), filé mignon (-0,49%), cupim (-0,04%) e fígado (-0,04%). Quanto a carne suína, tiveram aumentos de valor o pernil (2,78%) e a costeleta (1,55%); já a bisteca caiu (-1,71%). O frango resfriado e os miúdos registraram alta de 5,44% e 2,31%, respectivamente.

O grupo Transportes apresentou inflação de 0,70% em outubro, devido a elevações dos combustíveis: o diesel subiu 4,97% e o etanol 2,49%. Houve uma queda 2,64% no valor da gasolina. Seguindo a mesma tendência de alta ainda está o grupo Educação, com índice de 0,74%. O resultado foi motivado pela elevação de 1,1% nos preços de artigos de papelaria. Em seguida, o grupo Despesas Pessoais ficou em 0,25%. Entre alguns destaques que impulsionaram o resultado estão aumentos com produto para limpeza de pele (5,95%), creme dental (3,40%), papel higiênico (1,21%), entre outros. Neste grupo houve queda de valor do absorvente higiênico (-2,35%).

Saúde teve uma inflação moderada, 0,06%. Os principais aumentos nesse grupo foram: radiografia (4,29%), antigripal e antitussígeno (0,21%) e anti-infeccioso e antibiótico (0,10%). Quedas de preços ocorreram com analgésico e antitérmico (-0,32%) e psicotrópico e anorexígeno (-0,01%).

Já o grupo Vestuário foi o único com deflação em outubro: -1,89%, resultado motivado pelas reduções de peças como: calça comprida masculina (-4,32%), sandália/chinelo feminino (-4,15%), camiseta masculina (-2,64%), entre outras com menor índice.

 

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