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Alta dos combustíveis deve afetar comércio de Dourados neste final de ano

13 Nov 2017 - 13h01
A gasolina atingiu o ápice de 4,299 e o diesel comum 3,689 na maior cidade do interior do Estado. - Crédito: Foto: Vinicios AraújoA gasolina atingiu o ápice de 4,299 e o diesel comum 3,689 na maior cidade do interior do Estado. - Crédito: Foto: Vinicios Araújo
O comércio de Dourados está se desdobrando para conseguir mediar os efeitos da oscilação dos preços de combustíveis que atinge todo o País. Segundo o presidente do Sindicato das Empresas do Comércio Varejista e Atacadista de Dourados (Sindicom), Walter Castro, os efeitos devem impactar os rendimentos do final deste ano.

Na última semana, a gasolina atingiu o ápice de 4,299 e o diesel comum 3,689 na maior cidade do interior do Estado. O aumento gerou preocupações tanto no consumidor quanto nos empresários de Mato Grosso do Sul.

De acordo com o presidente do Sindicom, a alta é "absurda e inaceitável", uma vez que esta atinge desde o produtor até o consumidor final. Walter ressalta que as empresas não estão preparadas para essas oscilações dos preços.

"A economia local da cidade será afetada com certeza. O consumidor que mora aqui passa a comprar somente o essencial e o comprador de outras cidades deve pensar bem antes de vir para Dourados" destaca o sindicalista.

EFEITOS NAS RODOVIAS

Uma das causas dos efeitos negativos no comércio está sobre quatro rodas nas rodovias do País. A inconstância dos preços dos combustíveis está deixando as empresas de transporte de cargas em alerta.

Em MS, o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Estado (Setlog) acredita que esta foi a pior metodologia de aumento aderida pela Petrobrás. Para o presidente do sindicato, Cláudio Cavol, a medida impacta assustadoramente as empresas que realizam os transportes no Estado.

"As altas estão pegando as empresas de surpresa diante de um planejamento financeiro já pronto. Os empresários são obrigados a fazer negociações com clientes, que também afirmam não poder alterar a planilha de custos programada" explica Cavol.

Outra preocupação está nas lavouras. De acordo com o sindicalista, a cada 1% de aumento no combustível, 0,2% sobe nas mercadorias que compõem a cesta básica, como o feijão, por exemplo.

"O uso dos combustíveis está presente em todos os processos de produção. Desde a lavoura, quando o produtor usa suas máquinas abastecidas com diesel do plantio à colheita, sendo transportados pelos veículos nas estradas, seguindo para a mesa do consumidor" afirma Cláudio, lamentando os efeitos drásticos provocados pelas alterações repentinas dos preços.

Outro destaque apresentado pelo Setlog é que com o aumento do valor dos combustíveis, ocorre também um reajuste no preço dos pneus e das peças automotivas, o que piora a situação já preocupante no País.

Além das empresas de transporte, outra classe prejudicada, também presente nas rodovias, são os representantes comerciais.

Em entrevista ao O PROGRESSO, o douradense Ivanildo José de Souza (44) afirmou que por semana gasta mais de um tanque com capacidade de 60 litros. O representante cobre toda região sul do Estado durante o mês.

"Eu acho um absurdo esses preços. Passo mais tempo dentro do carro do que em casa. É decepcionante ver essa alta somada a outros tributos" desabafou.

Questionado sobre alternativas tomadas para driblar os aumentos dos preços, o vendedor afirmou não saber quais caminhos tomar, mas deixou claro que acaba sendo obrigado a ir até o Paraguai para abastecer.

A medida está sendo aderida por grande parte dos moradores nas linhas internacionais. Em Pedro Juan Caballero, divisa com Ponta Porã, o litro da gasolina está sendo comercializado por R$2,60. O valor é R$0,90 mais barato com a cidade fronteiriça e comparado a Dourados o desconto fica em R$1,70.

A gasolina vendida no Paraguai chega até os postos pela refinaria Petróleos Paraguayos, a Petropar, e é adquirida principalmente no Brasil e na Venezuela.

Um novo reajuste foi anunciado pela Petrobrás para os combustíveis e a partir desta terça-feira (14) a gasolina sofrerá aumento de 1,20% e o diesel deve ficar 0,20% mais barato.

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