No dia da Consciência Negra vamos discutir a representatividade?

Representatividade é importante sim! - Crédito: Banco de Imagens

Hoje, 20 de novembro, é o dia da Consciência Negra, a data faz referência ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, uma figura de resistência à escravidão. A importância da data está no reconhecimento dos descendentes africanos na constituição e na construção da sociedade brasileira.

Passados 130 anos da abolição da escravidão, ainda não conseguimos superar o racismo diário, basta ver os mapas da violência e da pobreza no Brasil, os números tem cor, raça e endereço.  Precisamos mudar essa estatística, a educação, a cultura são alguns dos caminhos e também a representatividade do negro na sociedade.

É o que vem acontecendo nos últimos anos, a busca por representatividade na mídia, cargos políticos e demais áreas, abrangendo vários setores da sociedade, é tarde? Sim, pode ser, mas antes tarde do que nunca, já dizia o ditado. O Mundo finalmente está mudando aos poucos.

Você pode achar que não, mas representação é importante sim e a discussão não é válida apenas no caso da racial. Como crianças negras irão se imaginar sendo médicas, professoras, cineastas, artistas ou qualquer outra profissão, se não enxergam pessoas parecidas com elas nesses cargos ou em representações de filmes?

Danielle Ferreira, idealizadora do Projeto “À Flor da Pele”, explica bem esse momento, “É muito importante a criança ter essa representatividade por conta também da nossa bagagem histórica, que muitas vezes essa criança desde cedo ela já vai aprendendo o que é bonito e o que é feio, o que bom e o que é ruim, e quando nós temos no nosso consciente coletivo, nós carregamos conosco o signo da escravidão, nós carregamos os efeitos desse racismo estrutural. Então muitas vezes a criança não consegue enxergar o sujeito negro, quando nas artes, na mídia essa criança que tem acesso à diversidade vai compreendendo melhor e constrói a sua percepção de mundo a partir disso”.

Por isso é tão importante que a cultura seja o mais diversa possível, pois ela influencia muito na vida dos novos cidadãos, Danielle conclui que, “o lúdico expressa a fantasia do sujeito, então quando a criança já tem a possibilidade de brincar com uma boneca negra, quando ela consegue ter um herói que é negro, isso vai construindo nela essa percepção nela, que o mundo é plural, que não há um sujeito universal, sendo assim, apresentar essas novas formas de ser e existir, é muito importante para que as crianças se tornem pessoas conscientes do que é o mundo e que o mundo é diverso e colorido”.

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